O Diário de Maya Blume
Capítulo
Um: Desejos Sombrios
Nota: A Quem lê este diário...
“Desde o
começo, eu sabia qual era caminho certo. Eu sabia também o que fazer e principalmente
o que não fazer, pois conheço meu livre-arbítrio. Conto ainda mais, que nada
neste diário foi culpa de outros, ou de alguma força alheia da vida. Mas sim
por que eu escolhi algo que não fosse o amor.
Não foi culpa de Enzo ou de Atlas. Eu somente amava aos dois indecisa e
intensamente.”
1
Eu estava deitada na minha
cama naquela gélida manhã, fria e alva de um velho inverno. Era meu primeiro
dia de aula do ultimo ano e a neve caia lentamente forrando o jardim de branco,
que era coberto de grama verde no verão. A preguiça estava em cada centímetro
do meu corpo e minha morbidez para levantar naquela manhã para ir á escola
estava máximo. Olhei para o lado e vi as horas no despertador, quarenta minutos
para sete. Eu tinha que tomar banho, café, pegar meus materiais e andar quatro
quarteirões até a escola.
Olhei para fora na janela,
com m movimento lento de cabeça. A cada floco de neve que caia, eu relutava em
me levantar naquela manhã. Minhas pernas não se moviam, meu rosto estava com o
nariz frio e provavelmente meu cabelo estava bagunçado. Olhei no relógio e
percebi trinta para ás sete.
Com toda a coragem que
conseguia reunir, levantei-me da cama ainda enrolada nas cobertas e senti meus
pés tocando o chão gelado. Um frio percorreu meu corpo até a nuca, o que me fez
desistir de andar rápido. Arrastei-me até o banheiro e liguei o chuveiro na
água quentíssima. Quanto mais quente, melhor. Separei minha toalha e coloquei
creme dental na minha escova. Eu conseguia sentir o cheiro delicioso de ovos e
bacon que meu pai fazia no café da manhã. Minha mãe já tinha saído
provavelmente para trabalhar, e meu pai estava de férias. Eu não estava me
dando muito bem com ela ultimamente, mas meu pai sempre fora meu amigo.
Coloquei meu pé no chuveiro deixando o calor da água escorrer pelos meus dedos,
e entrei para tomar meu banho.
Tomei um longo e delicioso
banho, onde a morbidez do frio já estava me largando. Esqueci-me de colocar a
toca, o que fez meu cabelo castanho-avermelhado ficar encharcado e me deu a
obrigação de lavá-los. Escovei meus dentes, me vesti no banheiro e sequei meu
cabelo com uma toalha limpa e seca. Ele estava todo para cima agora, e como
faltavam dezessete para as sete, eu os amarrei e coloquei uma touca de inverno.
Desci correndo as escadas, jogando a mochila pelo ombro.
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